Por Fabio Converso, PY5FOC


Acredito que todos tenham tomado conhecimento do grande apagão que ocorreu na Europa em abril de 2025. Esse evento demonstra que situações como essa não são meramente teóricas, mas sim uma possibilidade real. Se vão ocorrer ou não, só o tempo irá nos dizer. Mas, caso venha a ocorrer, mesmo que em regiões específicas, precisamos estar preparados com conceitos básicos, principalmente no que se refere à comunicação.

Muitos dos sistemas existentes possuem geradores, baterias, nobreaks etc., mas mesmo assim esses sistemas funcionam por tempo limitado, e se a interrupção de energia se prolongar por um tempo maior, tais sistemas também ficarão inoperantes, como já foi verificado. Isso pode gerar desde o caos na distribuição de água — devido às bombas ficarem sem energia — até a falha na sinalização semafórica, deixando o trânsito caótico. Mas o principal impacto é nas comunicações, pois essas falhas dificultam o acesso a serviços de emergência e segurança, deixando algumas regiões vulneráveis.

Como nós, radioamadores e voluntários da REER vinculados a entidades de Defesa Civil, de alguma forma precisamos adotar conceitos e medidas próximas ao Sobrevivencialismo — estar ativamente preparados para emergências, inclusive em caso de possíveis rupturas na ordem política e social, seja em nível local, regional ou nacional. Não se trata de acreditar que haverá um cenário de juízo final, mas sim de estarmos preparados de alguma forma para situações similares, com itens e conhecimentos básicos, principalmente na área de comunicações.


Dicas:


1 – Estar atento em relação a quais repetidoras em sua região possuem boa cobertura para a área atingida e que contem com sistema autossuficiente de energia, podendo ser utilizadas no primeiro contato. Sabemos que hoje muitas estão ligadas apenas à rede elétrica, sem sistema auxiliar – acabou a energia, acabou a repetidora.

2 – No caso das repetidoras que venham a ficar sem energia, ter em mente um plano de redundância para levar baterias ou sistema de bateria conectado a célula solar portátil, com o objetivo de manter tal repetidora ativa. Outra alternativa é providenciar repetidoras portáteis para operações em situações similares às ocorridas na Europa em 04/2025.

3 – Na ausência de repetidoras na região, manter contato imediato de chamada na QRG 146,520 MHz, definida como frequência de primeiro QSO para emergência. Se houver tráfego excessivo, definir outra QRG paralela, fora da inicial, para demandas específicas, de acordo com a necessidade solicitada.

4 – Ter consciência da necessidade de estar preparado para operar em seu QTH ou com estações portáteis com sistema auxiliar de energia. Para aqueles que puderem, é recomendável possuir geradores, sistemas autossuficientes com energia solar e baterias, ou ao menos baterias portáteis sempre carregadas, prontas para operação em caso de necessidade.

5 – Para estações móveis, estas acabam sendo as mais resilientes e ativas, pois podem ser utilizadas com baterias que são carregadas por meio do motor/alternador do veículo.

6 – Estações Portáteis – Procurar manter suas baterias carregadas e, conforme a demanda, buscar ter inversores DC/AC que possam disponibilizar energia suplementar a partir de 12 volts do veículo, convertendo para 110V ou 220V AC. Assim, é possível fornecer energia para os carregadores de HT, entre outros dispositivos.

7 – Itens de ordem pessoal – Ter em mente a importância de manter pelo menos 2 litros de água mineral em casa, pois na ausência prolongada de energia, o sistema de abastecimento poderá ficar inoperante. Se em sua casa a caixa d’água for pequena, com certeza haverá aumento considerável da demanda por água mineral no comércio. E, considerando que muitos utilizam apenas meios eletrônicos de pagamento, é conveniente ter uma pequena quantia de dinheiro em espécie, já que a rede de dados poderá estar inoperante para transações bancárias.

O objetivo deste texto não é propagar que haverá um caos iminente, mas sim reforçar que um voluntário da REER precisa ter em mente a importância de estar preparado para situações similares às ocorridas na Península Ibérica — Espanha e Portugal — em 04/2025. Tal situação só reafirma a necessidade de realizar simulados, treinar e treinar, para que, se viermos a precisar, estejamos devidamente preparados!!!

73 à Todos!
Fábio Converso, PY5FOC 
Sup. Geral - REER-PR

REER PARANÁ E DEFESA CIVIL SOMOS TODOS NÓS!!





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