Por Alisson, PR7GA

O Clube de Radioamadores da cidade canadense de Kamloops, perto de Vancouver, região gelada do noroeste daquele país, ciente do papel do radioamadorismo no suporte às radiocomunicações em situações de emergência, colocou sua rede de dados de alta velocidade à disposição do distrito regional de Thompson-Nicola para uso durante emergências, tais como incêndios florestais, deslizamentos de terra ou inundações. 

Myles Bruns, VE7FSR, presidente do clube e voluntário na Central de Operações de Emergência do governo local, disse que a rede radioamadora de repetidores de dados, localizadas no topo das montanhas, poderia fornecer suporte caso outras linhas de comunicação falhem. Segundo ele, a rede ainda não está completa, mas já é plenamente funcional.

Esta rede foi bastante útil no passado, na época em que Bruns ingressou no clube. Durante os incêndios florestais de North Thompson em 2003, Bruns lembra que as linhas de comunicação entre as cidades de Kamloops, Clearwater e Barriere foram cortadas. Na época, a infraestrutura de comunicação mantida pelos radioamadores foi usada para ajudar durante a crise. 18 anos depois, disse Bruns, o clube modernizou sua rede, mudando para um sistema de links baseado na Internet.

No topo das montanhas da região, há links de microondas que transportam uma rede de banda larga de alta velocidade, dentre outros usos. E toda essa rede desemboca em Kamloops. Assim, caso ocorra uma interrupção nos cabos de fibra óptica comerciais, a rede do clube, que funciona de forma autônoma, poderia suprir um nível mínimo de conectividade em caso de emergência. Claro, a rede não tem a mesma velocidade dos links comerciais, mas poderia garantir o funcionamento mínimo de um Centro de Operações de Emergência.

Bruns afirmou que entende como é terrível a perda de comunicação, não apenas para os serviços públicos, mas sobretudo para a comunidade que fica isolada. Como as equipes de resgate e assistência governamentais estão focadas na segurança física das pessoas, elas não têm tempo para fazer o que Bruns chama de "comunicação de saúde e bem-estar". Isto nada mais é do que perguntar às pessoas se gostariam que seus amigos e familiares fossem avisados de que elas estão em segurança. "Isso é algo que os radioamadores podem fazer", disse ele.

Instalar e manter as repetidoras no topo das montanhas é bem complicado, especialmente no inverno. Nesta época, só é possível chegar até lá com sapatos de neve, carregando equipamentos e ferramentas em um trenó. As instalações são mantidas por sócios voluntários do clube, por meio de doações, e também por ajuda da iniciativa privada. "É um trabalho árduo feito com várias mãos", disse o presidente do clube.




A oferta da rede foi oficialmente entregue ao Conselho local, o qual se reunirá para debater o assunto em Abril, com a participação do presidente do Clube de Radioamadores de Kemloops, o qual já anunciou que pretende expandir a rede para cobrir uma região cada vez maior, com a ajuda de todos. 

Veja uma reportagem da TV local sobre a rede radioamadora:





Fontes: 

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