Por Steve Ford, WB8IMY
Traduzido por Alisson, PR7GA

Houve um tempo em que o radioamadorismo era quase uma espécie de irmandade e o conteúdo da revista QST refletia essa união. Mesmo quando o hobby começou a diversificar com o aumento da atividade digital na década de 1980, a comunidade permaneceu unida, especialmente na forma como se conseguiam as informações.

E então veio a internet.

Nos últimos 25 anos, a internet causou estragos em todo o mundo da mídia, fragmentando a audiência em um número quase infinito de grupos e subgrupos. Com a tecnologia de filtragem de conteúdo, as pessoas podem facilmente escolher o que querem ver de acordo com seus interesses, não importa quão específicos eles sejam. 

Neste cenário, jornais e revistas estão lutando para sobreviver, buscando desesperadamente formas de se adaptar a um mundo que mudou quase da noite para o dia. Como resultado disso, muitos destes veículos de comunicação estão encolhendo ou fechando as portas. A revista QST não ficou imune a essas forças disruptivas, por isso contratamos uma empresa de pesquisa de mídia para investigar como os associados e não associados realmente se sentiam sobre a revista.

Não causou nenhuma surpresa o resultado: a grande maioria dos colegas mais idosos ainda estavam bastante contentes com a QST e deram notas altas para seu conteúdo. Contudo, radioamadores mais jovens - na faixa dos 30 aos 60 anos - não estavam tão satisfeitos. Eles achavam que o material técnico era inadequado e não conseguiam se identificar com a linha editorial mais tradicional que a revista lhes apresentava. Por exemplo, eles disseram que achavam tediosas as matérias sobre história do radioamadorismo e sobre equipamentos antigos. Sempre me lembrarei do comentário ácido de um participante do estudo (41 anos) que escreveu sobre a coluna “Silent Keys”: “Quem coloca listas de pessoas mortas em uma revista? Sim, é exatamente isso que eu quero receber em minha caixa de correio a cada mês!"

Os dados nos mostraram uma mensagem clara: nosso público fragmentou-se especialmente em faixas etárias. Ao mesmo tempo em que víamos outras publicações lutando para se reposicionarem, percebemos que o rumo da área de mídia da ARRL precisava mudar rapidamente.

O primeiro resultado desta mudança foi a nova revista On the Air que estreou em janeiro. Ficamos felizes em ver que On the Air tem conseguido atingir o crescente número de radioamadores que não encontram um "lar" na revista QST. A resposta foi extremamente positiva e lamentamos não termos feito isso antes. 

Ao mesmo tempo, lançamos dois novos podcasts: Eclectic-Tech e On the Air. Juntamente com Audio News, produzido semanalmente pela ARRL, eles têm atraído um público mais jovem que consome podcasts intensamente, embora percebamos que tanto Eclectic Tech quanto Audio News têm tido um crescimento também entre os radioamadores mais velhos. 

Daqui para frente, teremos iniciativas midiáticas cada vez mais focadas por parte da ARRL. Estamos considerando ter publicações digitais que irão concentrar-se em atividades específicas, da mesma maneira que temos hoje a ARES E-Letter [focando em comunicação de emergência] e a Contest Update [focando em concursos]. Por falar em publicações digitais, o Informe Semanal da ARRL tem hoje mais de 107.000 destinatários. Se continuar com este crescimento, um dia rivalizará com a própria revista QST como a publicação mais popular da ARRL.

Há também o National Contest Journal e o QEX. Enquanto você lê estas linhas, ambas as revistas estarão disponíveis em formatos digitais para todos os associados da ARRL.

Mas o que irá acontecer com o QST? Com certeza, a revista não irá acabar. Se você é um radioamador veterano, acredito você irá encontrar muito mais conteúdo interessante nas próximas edições. Ao mesmo tempo, a QST irá evoluir lentamente à medida que os veteranos de hoje saírem de cena para dar lugar aos novos colegas. O futuro será bastante fragmentado e, como todo veículo de comunicação, a QST irá se adaptar.

Steve Ford, WB8IMY
Editor

Artigo original: Baixe aqui


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