Nascido em 1935, filho de uma família da cidade de Drolshagen, Frei Lauro teve até os sete anos uma infância bastante feliz, em razão de que a Alemanha vivia em franco desenvolvimento econômico e social, sendo uma das maiores potências do mundo.
Com o desenrolar da Segunda Guerra Mundial em 1942, a Alemanha transformou-se numa grande tragédia para o seu povo, marcada com acontecimentos macabros que culminaram com a sua destruição.
Apesar de contar naquela época com apenas sete anos de idade, Frei Lauro guardava em sua memória todos os fatos degradantes da Segunda Guerra Mundial, vendo parentes, vizinhos e amigos que se foram para lutar na guerra e não mais voltaram e notícias diárias de mortes e desaparecimentos na pequena cidade de Drolshagen, cuja tragédia final o mundo conhece.
Tendo iniciado seus estudos em 1943, com oito anos de idade, era forçado muitas vezes a deixar a sala de aula e correr para os abrigos a fim de se proteger dos bombardeios. Também nessa época, o Governo Alemão confiscou para fins militares todas as instalações escolares.
Em 1945, com a derrota da Alemanha e em meio à fome e miséria, Frei Lauro como todos os moradores da pequena cidade de Drolshagen, foi obrigado a interromper seus estudos e passar a trabalhar no campo a fim de recolher alimentos para saciar a fome e garantir a sobrevivência.
Em 1948 já com 13 anos de idade reiniciou seus estudos para completar o 1º Grau, tendo participado de grupos de escoteiros, amigos da natureza e sobretudo das atividades da igreja onde já demonstrava sua vocação sacerdotal.
De 1952 a 1956, além de trabalhar como industriário, passou a frequentar o curso profissional de mecânico geral, unindo a prática à teoria, obtendo o seu diploma de Técnico.
Entre 1956 a 1957, já na condição de técnico, trabalhou na conhecida indústria AEG – SIEMENS, fabricando motores elétricos para locomotivas.
À partir de 1957 até 1959, continuou seus estudos em curso noturno e concluiu o 2º Grau, apesar de continuar trabalhando.
No final de 1969, como já tinha vocação sacerdotal, Frei Lauro realizou seu grande sonho de ser convocado para este caminho, tendo ingressado no Convento dos Franciscanos na Alemanha. Tendo passado um ano como noviço, foi admitido e recebeu o nome de Frei Lauro.
Quando frequentava o convento Franciscano na Alemanha, teve conhecimento das atividades franciscanas na África, Índia, Bolívia e no Brasil.
Talvez por admirar o Brasil, terra de riquezas naturais e imensidade além de uma grande escassez de vocações sacerdotais para servir ao reino de Deus, resolveu Frei Lauro escolher o nosso país como sua nova pátria e servir aos menos favorecidos. Assim, em 1960, chegou ao Brasil por via marítima, desembarcando em Recife, Pernambuco, para iniciar seus estudos de grau Superior em Olinda.
Entre 1960 e 1962, realizou no Instituto Franciscano de Olinda, seus estudos de Filosofia, base fundamental para o curso de Teologia.
No final de 1962, transferiu-se para Salvador, na Bahia, onde realizou o sonhado curso de Teologia, para o exercício do sacerdócio.
Em 24 de julho de 1965, foi ordenado sacerdote Franciscano.
Nos três anos em que esteve em Salvador, Frei Lauro realizou diversos trabalhos comunitários, entre eles o movimento de escoteiros, catequese do Orfanato de São Joaquim, trabalho com os meninos de rua de Salvador, onde muitas vezes foi obrigado a intervir para evitar agressões contra os desprotegidos da sociedade.
Em 1967 já na condição de sacerdote, foi transferido para a cidade de Fortaleza, onde trabalhou na Paróquia Franciscana no Bairro Otávio Bonfim até 1976, continuando suas atividades sacerdotais.
No final de 1976 foi transferido para a cidade de Aracaju, trabalhando como sacerdote até fevereiro de 1985. Neste período Frei Lauro descobriu o Radioamadorismo e ficou fascinado com o lema “Se não vives para servir, não serves para viver”. Desta forma, uniu sua filosofia de vida voltada para os mais carentes com o radioamadorismo, podendo aumentar seu ciclo de amizades através das ondas do rádio. Logo após ao se tornar um radioamador, licenciado com o indicativo PP6ABR, criou uma escolinha no Convento Franciscano com outros radioamadores mais experientes para preparar os novos colegas que passariam a ingressar esta hobby. Ainda em Aracaju, Frei Lauro participou ativamente da Diretoria da LABRE – SE.
Em 1983 ainda em Aracaju, Frei Lauro resolveu adotar o Brasil como a sua Segunda Pátria, tendo requerido e recebido a naturalização.
No ano de 1985, por determinação superior, Frei Lauro foi enviado para Campina Grande para dar continuidade aos seus trabalhos como pároco do Convento de São Francisco, assistindo às comunidades do Continental, Araxá e Jeremias.
No período de 1985 até 1989, Frei Lauro passou a acompanhar os trabalhos de vários colegas em Campina Grande que faziam o nome do Radioamadorismo naquela época: o saudoso Pedro Feitosa PR7LAJ (1982/1983) que vinha dando continuidade aos precursores do radioamadorismo Campinense, e Mário Sérgio PR7MS (1988/1989)
No período em que convivia com os colegas radioamadores, o saudoso Frade teve a idéia de transformar o Clube de Radioamadores numa Escola que, além de formar e promover o radioamadorismo na Região, colaborasse com os mais carentes da sociedade oferecendo cursos básicos de Eletrônica e Telecomunicações para que os mesmos pudessem ter uma base suficiente para desenvolver habilidades técnicas e finalmente com a prática prover alguma atividade rentável e de auto-sustento.
Alimentado pela idéia de realizar seu sonho maior e com apoio de vários colegas radioamadores da cidade, apresentou a Chapa Renovação para concorrer nas eleições do Clube para o biênio 1990/1991.
Já em 1992, no seu segundo mandato, inaugurava a nova sede já com o nome de ESCOLA E CASA DE RADIOAMADORES, com uma infra-estrutura arrojada e moderna, com espaços adequados para o laboratório de Eletrônica e Telecomunicações e salas de aula.
O sonho estava apenas começando a se realizar. Já com os resultados da inauguração da nova sede, inacreditável para alguns, o mesmo recebeu todo respaldo necessário para continuar a realizar o seu sonho que ainda tinha mais duas etapas: mobiliar e equipar todas as dependências da nova casa
Em 1993 viajou para a Alemanha para passar três meses de férias com a sua família. Em outubro do mesmo ano Frei Lauro despachou para o Brasil três caixotes com todos os equipamentos necessários para equipar o Laboratório de Eletrônica, como também instrumentais básicos para a manutenção e alinhamento de transceptores e acessórios. Os equipamentos foram avaliados em US$ 35.000,00. Infelizmente a burocracia manteve no porto de Recife toda a mercadoria encaixotada até junho de 1994.


Em agosto de 1994 a Escola e Casa de Radioamadores realizava o primeiro curso Básico de Eletricidade/Eletrônica para os colegas radioamadores. Na primeira reunião de avaliação o nosso idealizador Frei Lauro suspira satisfeito em ver os primeiros frutos de seu sonho.
Ainda em 1994 Frei Lauro foi agraciado com o título de cidadão Baiano, indo até a capital Salvador para receber o o título tão merecido, em reconhecimento ao trabalho realizado em favor dos meninos de rua e do movimento escoteiro.
No período de 1995 até 1997 a ECRA desta vez se preocupava com os convênios para a manutenção dos cursos priorizando os jovens da comunidade mais carente. Desta forma foi firmado convênio de Cooperação com o Parque Técnológico, SINE e a Prefeitura Municipal de Campina Grande.
Em 1996 o nosso amigo Frade recebia o título de cidadão Campinense e ainda o título de sócio honorário do Rotary Club Oeste de Campina Grande em reconhecimento ao trabalho dedicado aos pobres das comunidades do Continental, Araxá e Jeremias.
Em 1997 era formada a primeira turma de 30 alunos.
Em 1998, formados mais 15 alunos no primeiro semestre. Devido às dificuldades de manutenção dos convênios, não foi possível a realização de mais uma turma no segundo semestre.
No final daquele ano e início do seguinte, a ECRA recebeu visitas de fundações não governamentais da Alemanha e amigos de Frei Lauro que vieram conhecer o trabalho por aqui realizado. Desta forma garantimos verbas suficiente para a manutenção das turmas para o exercício 1999.
Neste ano, no período de junho a agosto, Frei Lauro viajava para mais um período de Férias junto a sua Família e rever a sua mãe, que já estava com 90 anos.
Ao chegar à Alemanha, o mesmo realizou vários exames de rotina onde foi levantada a suspeita de tumores no Pâncreas. Realizaram-se outros exames mais precisos e foi confirmado um CA no interior do Pâncreas, diminuindo as possibilidades de cirurgia. Frei Lauro passou por várias sessões de radio e quimioterapia, infelizmente não obtendo o resultado esperado.
Frei Lauro veio a falecer na sua terra Natal no dia 03 de novembro às 22:00hs GMT.
No dia da sua morte recebemos em Campina Grande uma quantia em dinheiro dentro de um envelope com sua própria letra, suficiente para manter mais duas turmas no período de 01 ano! 

DADOS PESSOAIS 
Nome: Johannes Schwarte
Filiação: Paul Schwarte e Clara Shwarte
Data de nascimento: 04/12/1935
Estado Civil: religioso – sacerdote
Naturalidade: Drolshagen – Alemanha Ocidental
Endereço Residencial: Rua São Francisco, 195 – Conceição – Campina Grande-PB
DADOS PROFISSIONAIS
Vigário Paroquial e superior do Convento de São Francisco na cidade de Campina Grande – Paraíba.
FORMAÇÃO ESCOLAR
1º GRAU
Escola Volksschule em Drolshagen – Alemanha Ocidental no período de 1943 até 1952.
2º GRAU
Realizado em Drolshagen – Alemanha Ocidental de 1957 até 1959.
NÍVEL SUPERIOR
Curso de Filosofia realizado na cidade de Olinda em Pernambuco(Brasil) no período de 1960 até 1962
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Curso de mecânico realizado numa indústria na Alemanha Ocidental, no período de 1953 até 1957 com estágio na SIEMENS. 

Fonte: http://jrzezitopb.blogspot.com/2009/09/historico-biografico-de-frei-lauro.html

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